sábado, 7 de abril de 2012

Paulistas, aqueles que o Brasil ama odiar

"Então por que isso não acontece?Basicamente por que a chamada elite brasileira, em especial a paulista, NÃO aceita que um metalúrgico, imbuído de uma visão mais voltada para o povo, de onde ele veio, e por isso fez um governo voltado paraesse, tenha, EFETIVAMENTE, feito um governo melhor para o Brasil.Os petist@s por sua vez, pornão concordar com a visão neoliberal dos tuc@nos, eenxerga problemas, mesmo quando estes não existem.Para dar certo, os DOIS teriam que ser maisHUMILDES. "
"... E posso garantir aos senhores que a grande imprensa brasileira realmente já tem opinião formada, sem esclarecer os reais pontos de conflito – SP X ES, indústria X importações etc. Nossa mídia tradicional finge ser nacional, mas é profundamente paulista ou carioca e puxa demais a sardinha para esses estados, o que é lamentável"
Separei estes dois trechos de comentários a respeito de São Paulo na internet. O primeiro se refere a polarização PT X PSDB na política nacional e o segundo, as perdas de ICMS do Espírito Santo com a unificação da alíquota para produtos importados. Embora tendenciosos, ainda foram dos mais ponderados que encontrei. Procuro não ficar na internet mais do que o necessário para trabalhar, ler e espairecer. Mas eu admito; não resisto a ler o que as pessoas pensam a respeito de matérias polêmicas. Leio, um, dois, três comentários, mais alguns e lá está!
Em linguagem sociológica esquerdinha-boçal, os posts falam sobre a influência deletéria de São Paulo nas grandes decisões do país, de como a "elite dos Jardins" ou a "classe média paulistana" não aceitam determinadas situações e se põem a aplicar sua influência subterrânea nos destinos da nação. Bom, não temos John Kennedy para explorar as possiblidades de uma boa teoria da conspiração, então essa entrou para o nosso imaginário. "São Paulo move os cordões e o marionete do Brasil se move a seu gosto"
Conversa fiada, falta de vida republicana e miopia deliberada são alguns dos problemas que enxergo nessa teoria. Foram as circunstâncias da colonização,feita do litoral para o interior (alguém ainda se lembra que a vila de Sçao Vicente , a primeira aglomeração brasileira, data de 1532 ?) aliadas ao arrojo dos primeiros paulistas, que, aliás, tem uma formação étnica não diferente do tronco principal que formou o Brasil (portugueses, negros e índios), que interiorizaram o Brasil com as entradas e bandeiras que evitaram que hoje metado do país estivesse falando espanhol.
Foi a força do café paulista, entre outras comoditties históricas a seu tempo (a borracha da Amazônia, o açúcar do Nordeste) que viablizaram direta e indiretamente os grandes movimentos políticos e culturais do século XIX e início do XX.
Aos detratores de São Paulo, pergunto :
EM 1879, São Paulo era uma cidadela de 25 mil habitantes. O Rio era a capital , Recife e Salvador eram maiores naquela época...o que houve ? Afinal de contas, São Paulo não contava com nenhum diferencial competitivo em jargão moderno, do que suas terras férteis e a disposição de sua gente.
A força da dita "elite paulista" é calcado no trabalho árduo de gente que vem dos Estados que mais criticam o poderio paulista. Aliás, muitas destas pessoas já fazem parte dessa elite.E milhares delas não querem nem pensar em voltar a seus Estados de origem...por que ?
Os políticos de outras partes dos país, em campanha majoritária, vem colher bençãos e dinheiro nos escritórios da Avenida Paulista, e usam dinheiro paulista para bradar contra...os paulistas e sua influência.
Particularmente, nunca fui discriminado em lugar nenhum do país pelo simples fato de ser paulista (e, sinceramente, espero não ser). As pessoas de outros estados até tendem a nos olhar com certa desconfiança, que logo passa. Afinal, embora alguns não acreditem e outros joguem deliberadamente com isso, somos um único país, um único povo. E os paulistas não tem culpa de nascerem paulistas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário